Rebelo, conhecido por sua personalidade forte e amável, mantém o cargo com 60,7% dos votos, acima dos 52% que o elegeram em 2016
Como nas últimas eleições Presidenciais, em 2016, Marcelo Rebelo conquistou a maioria dos votos dos eleitores portugueses, garantindo uma vitória em primeiro turno, com uma distância considerável para o segundo candidato mais votado. Não só conseguiu mais votos, como venceu em todos os distritos do país.
O Presidente reeleito começou o discurso lembrando as vítimas de Covid-19 e afirmou depois que estava “profundamente honrado” pela confiança manifestada pelos portugueses “em condições tão difíceis”. “Deixem-me dizer, de coração aberto, como me sinto profundamente honrado e agradecido por essa confiança em condições tão mais difíceis do que as de 2016”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, num discurso feito no átrio da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi aluno e professor.
Deixou um agradecimento a todos os portugueses, os que votaram, os que não conseguiram, os que não quiseram e aqueles que estiveram por trás do ato eleitoral. “Para todos eles, em particular os que mais se sacrificaram para que a democracia não fosse vencida pela pandemia, vai uma palavra de gratidão ilimitada pelo serviço que prestaram à liberdade, ao Estado de direito e a Portugal.”
A candidata de esquerda Ana Gomes ficou em segundo lugar, com 12,97% dos votos.
O presidente tem um papel quase decorativo, mas pode vetar certas leis e decretar estados de emergência, um poder que Rebelo de Sousa utilizou frequentemente durante a pandemia, seguindo a liderança do parlamento.
Os portugueses votaram de máscaras, distanciados e cada um usando a sua caneta, seguindo medidas para prevenir o contágio durante o processo de votação.
O país está passando por um grave surto de pandemia pós-Natal, com a maior média de novos casos e mortes per capita em sete dias, de acordo com o rastreador de dados da Universidade de Oxford.
O número de mortes por Covid-19 bateu recordes pelo sétimo dia consecutivo neste domingo com 275 óbitos, com hospitalizações também em recorde e ambulâncias em fila de espera durante várias horas nos hospitais de Lisboa lotados.
Por conta disso, a abstenção disparou nestas eleições presidenciais, atingindo níveis recorde. Apenas 4.261.209 dos 10 milhões de portugueses votaram nestas eleições. Com a contagem de todos os votos, a abstenção ficou em 60,5%, muito acima do anterior recorde atingido em 2011 (53,48% na reeleição de Cavaco Silva) e também bem acima do registado nas Presidenciais de 2016 (51,17%).