Livro propõe o resgate da alma feminina na sua essência mais primitiva e selvagem como forma de atingir a verdadeira libertação.
Clarissa Pinkola Estés psicóloga junguiana, escritora e autora consagrada, a partir de mitos, contos de fada, lendas e outras histórias escolhidas em 20 anos de pesquisa, mostra em “Mulheres que correm com lobos” como a mulher pode se ligar novamente aos atributos saudáveis e instintivos do arquétipo da mulher selvagem para se libertar. Um trabalho permanente, perpétuo no conhecimento e reconhecimento da raiz instintiva mais profunda da alma feminina.
Os lobos sempre estiveram presentes no imaginário da autora. Ao estudá-los, ela observou características psíquicas semelhantes com a das mulheres. Ambos são profundamente intuitivos, têm grande preocupação com os filhos, companheiro e grupo. Uma determinação feroz e extrema coragem. No entanto, ao longo da história, as duas espécies foram perseguidas e acossadas.
Para a autora essa perseguição transformou a mulher numa espécie de animal doméstico, provocando o aumento das sensações de vazio, fadiga, medo, depressão, fragilidade, bloqueio e falta de criatividade. Sintomas cada vez mais frequentes entre as mulheres modernas, sobrecarregadas com o acúmulo de funções na família e na vida profissional. Um problema que, segundo Clarissa, não é recente. Ele veio junto com o desenvolvimento de uma cultura de aprisionamento da mulher.
No caminho para a libertação, a autora interpreta 19 lendas e histórias antigas. É assim que La Loba ensina a função transformadora da psique, Barba-Azul mostra como sarar feridas que não param de sangrar, A Mulher-Esqueleto revela o poder místico de uma relação e como sentimentos aparentemente mortos podem ser revigorados e A Menina de Fósforo alerta para os perigos de uma vida desperdiçada em devaneios. Histórias de mulheres apresentadas como marcos ao longo do caminho. Para ler, refletir e prosseguir na direção da sua própria libertação.
As narrativas conferem movimento à nossa vida interior, lubrificam as engrenagens, fazem correr a adrenalina, mostram a saída, abrindo portas amplas em paredes anteriormente fechadas. Aberturas que levam à terra dos sonhos, conduzem ao amor e ao aprendizado, devolvendo a verdadeira vida de mulheres selvagens e sagazes com todas as características de uma loba. Uma prática para ser exercida ao longo de toda a vida.
Segue um pequeno trecho do livro:
“Quando uma MULHER toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão. Quando uma mulher diz do fundo de seu coração: ‘Basta, cheguei até aqui ’. Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria verdade.
Aí se abrem as portas de sua própria alma e começa o processo de cura. O processo que a devolverá pouco a pouco a si mesma, a sua verdadeira vida. E ninguém disse que esse caminho seria fácil, mas é ‘o Caminho’. Essa decisão em si abre uma linha direta com sua natureza selvagem, e é aí onde começa o verdadeiro milagre”.
Serviço:
- Título: Mulheres que correm com os lobos
- Autora: Clarissa Pinkola Estés
- Editora: Rocco
- Número de páginas: 520