Passados três anos da execução da vereadora a pergunta continua sem respostas…
Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora do PSOL, Marielle Franco, de 38 anos, liderança de esquerda e quinta vereadora carioca mais votada em 2016, com 46.502 votos, foi executada dentro de seu carro. A emboscada também tirou a vida do motorista Anderson Gomes, de 39 anos.
“Quem mandou matar Marielle?”: uma pergunta que permanece sem resposta por três anos.
Liderança de esquerda, Marielle que se intitulava como: “mulher, negra, mãe e cria da Maré, organizou audiências públicas sob a questão de gênero e com integrantes do movimento negro. Participou de debates sobre educação, economia e ativismo na internet. Ela integrava a Frente em defesa da Economia Solidária. Nos últimos meses, preparava um projeto de lei para coibir o assédio nos ônibus municipais.
A vereadora do PSOL tinha-se tornado relatora da comissão de acompanhamento Intervenção Federal no Rio de Janeiro, tendo denunciado a violência da polícia do estado carioca, à época sob intervenção federal na segurança pública.
Os acusados de serem os executores do crime, os ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, estão presos, ambos irão responder perante um júri popular, ainda sem data de julgamento definida. Já os mandantes, os que planejaram a execução continuam impunes.
As investigações revelam que, entre os suspeitos, figuram não só membros das milícias, mas também políticos do Estado do Rio de Janeiro.
Incansável na luta pelos menos favorecidos, suas constantes críticas feitas diante dos abusos cometidos por policiais, em especial do 41º Batalhão de Acari, conhecido como Batalhão da Morte, apontam para a possibilidade de que sua morte tenha sido encomendada por milicianos ou policiais militares corruptos. Marielle também havia assumido há duas semanas a relatoria de uma Comissão na Câmara Municipal para acompanhar a intervenção militar no Rio.
A comoção e indignação, desse violento assassinato, não se restringiu dentro do país, ganhou o mundo. levando a um repúdio generalizado dentro e fora do Brasil.
O Parlamento Europeu, além de repudiar o assassinato, ameaçou romper relações com o Mercosul. Houve ainda atos organizados em países, como Portugal, Espanha, Chile, Canadá entre outros. Na França, em setembro de 2019, foi inaugurado em Paris um Jardim com o nome da vereadora. Na França, em setembro de 2019, foi inaugurado em Paris um Jardim com o nome da vereadora. O jardim, Marielle Franco, fica junto à Gare de l’Est, uma das principais estações de trem da capital francesa, no 10º distrito da cidade.
Neste domingo (14), dia em que o assassinato da vereadora Marielle Franco completa três anos, uma placa com seu nome foi inaugurada em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Estiveram no local para receber a homenagem os pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco Silva Neto; a filha, Luyara Franco, e a irmã, Anielle Franco.
A placa exibe a frase: “Mulher negra, favelada, LGBT e defensora dos direitos humanos. Brutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa”.
O brutal assassinato de Marielle foi uma vã tentativa de calar a voz de todos e todas que lutam contra todo tipo de violência às minorias (mulheres, negros, pobres e comunidades LGBTs) que no Brasil são maioria. Mas falharam. Por todo o mundo, continua a ser exigida justiça para a vereadora carioca. Tentaram calar sua voz, mas Marielle permanece Presente! Sua luta virou semente…