“É imperativo que as mulheres conquistem as lideranças”

Afirma a presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas do Partido Socialista de Portugal (PS), deputada Elza Pais

No seu segundo mandato como presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas (DNMS), a deputada aponta como prioridades a fomentação de políticas de Igualdade e paridade nas Lideranças Políticas, o combate as discriminações, ao racismo e as xenofobias. “Nossas prioridades são manter bem atual e forte a agenda da igualdade com ações que promovam a igualdade de direitos entre mulheres e homens, e da não discriminação. Tenho a dizer que nesta agenda, vamos aprofundar as políticas de combate à violência doméstica, promovendo o diálogo com Ongs, empresas, sempre em consonância com o governo para que estas políticas continuem a ser uma prioridade como tem sido”.

Como exemplos de fortalecimento da representatividade feminina nas lideranças políticas e econômicas do atual Governo, Elza Pais cita iniciativas como a consolidação de leis de reforço das mulheres na política, nas lideranças das empresas, no combate às desigualdades salariais, contra a xenofobia. Costumo dizer que nunca avançamos tanto em matéria de igualdade como na legislatura do Primeiro Ministro António Costa”.

Para um combate mais eficaz à violência doméstica, a presidente do Departamento de Mulheres do PS destaca a promoção de uma integração maior entre os tribunais e as famílias. Iniciativa que, segundo ela, irá facilitar o processo de proteção e de libertação da questão de que são vítimas. “Temos um trabalho muito grande com o Governo, com as estruturas do Estado que trabalham estas áreas, com as ongs, com os sindicatos e com as iniciativas privadas. Ou seja, um trabalho hercúleo”, observa.

Apesar dos vários avanços em termos de igualdade de gênero, Elza afirma que ainda há muito a conquistar no país, além disso afirma que é preciso estar sempre alerta. “Não podemos esquecer que apesar de Portugal ter um governo que se preocupa com a agenda feminina, temos que estar muito atentas ao que se passa a nossa volta, porque podemos ter regressões e isso acontece em alguns países europeus, como também está acontecendo, neste momento, no Brasil. Portanto, isso me preocupa muitíssimo. Os retrocessos que estão a acontecer a nível mundial no que diz respeito a esta matéria.  Neste momento preocupa-me muito que tenha entrado para o parlamento um deputado que defende políticas extremistas. Um conjunto de práticas e de medidas que nós combatemos e meu receio e de que elas voltem à agenda”, ressalta a deputada referindo-se ao representante do partido Chega, deputado Andre Ventura.

Com relação a participação da mulher na política atual de Portugal, a deputada, que em conjunto com as demais mulheres do PS apresentou um manifesto para as eleições de 2019, almeja um governo paritário. “Uma das questões que defendemos no manifesto foi justamente a de que o próximo governo fosse paritário. Nunca tivemos um governo paritário, embora as políticas de igualdade tenham avançado muito com o atual Primeiro-Ministro, mas ainda não tivemos o número de mulheres no governo que gostaríamos de ter. Nesta eleição 40% das cabeças de listas eram mulheres, assim de 76 passamos para 86”.

A paridade política para a deputada só será possível através da conquista das lideranças pelas mulheres. “Eu costumo dizer que nós já estamos na política, mas ainda não estamos nas lideranças. Pela primeira vez temos uma líder parlamentar mulher eleita que é Ana Catarina Mendes. É este o caminho. Conquistar as lideranças. As lideranças continuam muito masculinas. Isto demonstra que ainda temos uma cultura muito sexista, onde se valoriza muito a opinião dos homens.  Por isso, é imperativo a conquista das lideranças, pois só assim falaremos mais vezes e nos faremos ouvir”, conclui;

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