“Sociedade deve ajudar a empoderar vítimas de crimes de ódio ou violência de gênero”

Afirma Francisca Van Dunem, ministra da Justiça de Portugal

Em Lisboa, falando depois da conferência de alto nível ‘A proteção de adultos na Europa – O caminho a seguir’, Van Dunem sublinhou o “papel muito importante” das estruturas da sociedade civil e das organizações não governamentais para evitar que as vítimas tenham “receio das forças que estão por detrás dos discursos de ódio”.

“Empoderar as vítimas, capacitando-as de que não têm de ser vítimas por razões discriminatórias e ajudando-as – não só ao nível do processo penal, como também da reconstituição interna que, por vezes, é necessária fazer”, sustentou, deve ser uma prioridade da sociedade civil.

A ministra lamentou que as vítimas de grupos minoritários tenham a perceção de que as instâncias formais “não estão disponíveis ou não têm capacidade para acolher as suas queixas”, pelo que é fundamental, como defendeu, “capacitar estas pessoas de forma a ganharem confiança” e exprimir-lhes “a posição do Estado e do seu dever em apoiá-las naquele contexto”.

“Por vezes, estão em situação irregular do ponto de vista legal e têm receio de, ao dirigir-se às instâncias formais de controlo, serem abordadas sobre a legalidade da sua permanência e de, eventualmente, serem expulsas”, exemplificou.

Francisca Van Dunem realçou também a necessidade de criar um quadro jurídico comum europeu que permita o pleno acesso à justiça, uma proteção eficaz e o pleno exercício de direitos dos adultos vulneráveis.

A questão, vincou, “diz respeito a todos os Estados-membros” e não pode ser tratada “adequadamente” ao nível estritamente nacional, continuando a existir disparidades entre as legislações dos diferentes países em matéria de competência jurisdicional, de lei aplicável, de reconhecimento e de execução de medidas de proteção.

A conferência foi organizada pelo Ministério da Justiça, em articulação como a Comissão Europeia e a Agência Europeia para os Direitos Fundamentais, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Fonte: Partido Socialista de Portugal

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