Apesar da política de cotas, apenas 29 mulheres foram eleitas, nas eleições autárquicas de 2021. Uma proporção ainda menor do que o pleito de 2017, que elegeu 32 mulheres
No dia 25 de Setembro de 2021 havia 32 mulheres presidentes de câmaras, o que corresponde a pouco mais do que um décimo das 308 câmaras municipais do país. Porém, nas eleições do último domingo, 26, primeira eleição local em que a nova lei das cotas (que obriga que haja 40% de mulheres em lugares elegíveis) vigorou, o panorama de representatividade feminina piorou no país, visto que no próximo mandato, haverá 29 “presidentas” — o que corresponde a aproximadamente 9% do total.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Administração interna, das 29 câmaras conquistadas por mulheres, 19 são do Partido Socialista, PS, num percentual de 12,9% do total de câmaras que o partido venceu. O PSD elegeu mais quatro (5,8% do total de câmaras ganhas pelo PSD). Já as coligações PSD/CDS-PP conseguiram eleger três mulheres para presidente de câmara e o Partido Comunista Português (PCP, que concorre coligado com o Partido Ecologista Os Verdes – PEV) com duas mulheres na liderança (11,11% do total de câmaras).
Por fim, o Movimento Independente Anadia Primeiro (MIAP) elegeu Teresa Belém para presidente daquela câmara, com 45,34% dos votos. Cristina Calisto (PS), eleita para presidente da Câmara Municipal de Lagoa, nos Açores, foi a mulher que alcançou a maior percentagem de votos (62,63%). Já Helena Lapa (PS) foi eleita para presidir à câmara de Sabrosa com a menor percentagem de votos (28,86%).
Segundo analistas, a Lei de Paridade abriu portas, mas o resultado do último pleito demonstra que o cenário político em Portugal continua a ser um reduto muito masculino e conservador. O que aponta para a adoção de novas medidas no sentido de despertar o interesse de um maior número de mulheres para ingressarem na política. Para que o próximo resultado eleitoral seja diferente do atual, no qual dos 308 municípios e 3091 freguesias, cerca de 90% dos atuais presidentes de câmaras e de junta são do sexo masculino.