Ao revogar o julgamento de Roe vs. Wade, a Suprema Corte mergulhou milhares de mulheres na angústia
O drama recente de uma menina de 10 anos de idade que engravidou após ser estuprada e teve o aborto negado em Ohio, nos EUA é um dos exemplos nefastos da decisão da Suprema Corte que suspendeu a Roe vs. Wade. A vítima com 6 semanas e 3 dias de gestação precisou viajar até o estado de Indiana para realizar o procedimento. Ohio está entre os Estados que baniram o acesso ao aborto.
A história, insustentável, é uma das consequências da revogação do acórdão Roe vs Wade pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 24 de junho de 2022, que há 50 anos concedeu às mulheres americanas o direito ao aborto legal. Após a decisão, em poucos dias, tornou-se ilegal abortar em vários estados do país, inclusive após estupro, casos de malformação fetal e risco a vida da mãe. A medida deve levar mais da metade dos estados americanos a proibir o procedimento, impactando dezenas de milhões de pessoas.
Ao derrubar a decisão de 1973 que garantia às mulheres o direito ao aborto até a 28ª semana de gestação, a Suprema Corte mergulhou milhares de mulheres na angústia e na incerteza acerca de muitos dos seus direitos, já que reverte a tendência histórica de ampliação das garantias legislativas.
De acordo com o Centro de Direitos Reprodutivos, com a medida adotada, os Estados Unidos passa a ser o quarto país a reverter os direitos ao aborto desde 1994. Os outros três são Polônia, El Salvador e Nicarágua.
Tempos difíceis…