Rainha do rock nas décadas de 1970 e 1980 e ícone pop dos anos 1980, Turner é um exemplo de empoderamento e superação
O mundo da música perde Tina Turner , aos 83 anos , que em mais de seis décadas construiu um grande legado na música mundial, se tornando um símbolo de superação e empoderamento , depois de lutas difíceis nos anos 1960 quando esteve ao lado do também falecido Ike Turner .
Tina Turner morreu nesta quarta-feira, 24, aos 83 anos. A eterna diva do rock – dona de hits como “What’s Love Got to Do with It“, “The Best” e “We Don’t Need Another Hero” – segundo seus assessores, morreu “de forma pacífica em sua casa em Kusnacht, na Suíça”. “A Rainha do Rock’n Roll morreu em paz“, confirmou o porta-voz da musicista, que completou “com ela, o mundo perde uma lenda da música e um modelo a ser seguido”.
Embora a causa da morte não tenha sido anunciada, Tina vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos, desde quando foi diagnosticada com câncer no intestino em 2016 e, no mesmo ano, sofreu um AVC. Em 2017, passou por um transplante de rim, recebendo o órgão doado por seu marido, o produtor musical Erwin Bach, com quem era casada desde 2013.
Carreira
Tina Turner, cujo nome de nascimento era Anna Mae Bullock, nasceu em 26 de novembro de 1939 nos Estados Unidos. Filha de Zelma Priscilla Currie e Floyd Richard Bullock, ela cresceu em uma comunidade rural do Tennessee, onde sua família trabalhava nos campos de algodão.
Como uma das vozes mais amadas da música, Tina conquistou o público com grandes sucessos, como “What’s Love Got to Do with It”, “The Best”, “Proud Mary” e “I Don’t Wanna Lose You”.
O início de sua carreira ocorreu por volta de 1957, quando foi descoberta por Ike Turner em um clube noturno que frequentava com suas irmãs. A partir daí, ela começou a cantar com ele e, a partir da década de 1960, saíram em turnê como a dupla Ike & Tina Turner.
Anne Mae Bullock, seu nome de batismo, nasceu em 26 de novembro de 1939, na cidade de Brownsville, no Tennessee, Estados Unidos, onde sua família trabalhava nos campos de algodão. Anne cresceu em meio a um ambiente de segregação racial. Nesse cenário desfavorável, ela e a irmã foram abandonadas pelos pais e tiveram de sobreviver quase que sozinhas cuidando da avó idosa. Em St. Louis, Anna começou a ter contato com diversos clubes noturnos. Num deles conheceu o chamado Rei do Ritmo, Ike Turner, em 1956.
Apaixonada pelo ramo musical, ela esqueceu os planos de ser enfermeira e passou a acompanhar a banda. Em seguida, ambos se casaram e Anna Mae se tornou Tina Turner. Com fãs como James Brown e Ray Charles, a The Revue, banda de Tina e Ike, foi obtendo êxitos ao longo dos anos 1960.
A dupla alcançou grande sucesso nos Estados Unidos, apresentando uma mistura de R&B e rock. No entanto, a parceria chegou ao fim devido ao vício de Ike em cocaína e aos anos de abuso físico e emocional que Tina sofreu ao lado dele. Depois de 18 anos sofrendo violência doméstica e de uma tentativa de suicídio, Tina o abandonou, ela pediu divórcio em julho de 1976 e, nessa época, já estava preparando sua carreira solo.
Entre 1974 e 1979, Tina lançou quatro álbuns de estúdio. O primeiro lhe rendeu uma indicação ao Grammy, e o segundo obteve sucesso com o filme “Tommy”. No entanto, os dois seguintes não alcançaram tanto êxito, levando Tina a trabalhar regularmente em uma série de TV na Itália e passar algum tempo sem gravar.
Em 1983, seu quinto álbum de estúdio, “Private Dancer”, tornou-se um sucesso mundial. O álbum incluía o hit “What’s Love Got to Do with It” e recebeu o Grammy de Gravação do Ano. Essa canção foi seu primeiro e único número um no ranking Hot 100 da Billboard. Em 1988, Tina entrou para o Guinness Book como a cantora solo que realizou o maior show da história, no Maracanã, Rio de Janeiro.
Em 1995, Tina mudou-se para a Suíça, estabelecendo-se na pequena cidade de Kusnacht, que se tornou seu lar. Em 2013, ela se naturalizou suíça e casou-se com Erwin Bach. Tina teve dois filhos, Craig e Ronnie, que faleceram em 2018 e 2022, respectivamente. Durante seu casamento, ela também adotou Ike Jr. e Michael, filhos de Ike Turner.
A história de Tina Turner já foi retratada no filme “Tina” lançado em 1993, e no musical da Broadway intitulado “Tina – The Tina Turner Musical”. Com sua voz poderosa e energia contagiante, Tina Turner deixou um legado musical inesquecível para o mundo. Sua morte é uma perda significativa para a indústria da música e seus milhões de fãs ao redor do mundo.
Tina Turner, em mais de seis décadas construiu um grande legado musical, tornando-se um ícone mundial e um exemplo a ser seguido. Sua vida foi marcada pelo abandono dos pais e pela violência doméstica, mas ela resplandesceu, enfrentou todas essas dificuldades e as superou. No palco, suas performances e seu talento sempre mostraram o que ela realmente era: uma mulher livre e forte. Um símbolo de superação e empoderamento feminino.