Portugal é o quinto país da UE com maior impacto da pandemia no mercado do trabalho e as mulheres foram as mais afetadas
A APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima , está realizando um estudo para perceber o impacto da pandemia nos casos de violência doméstica. Em Lisboa já se sabe que os pedidos de ajuda aumentaram. Quanto ao mercado de trabalho, a covid-19 também acentuou – ainda mais – as desigualdades.
Entre março e maio do ano passado, durante o primeiro confinamento, chegaram à APAV 546 pedidos de ajuda por violência doméstica.
Num estudo, a APAV quer comparar os dados referentes a 2019 e 2020 sobre a violência doméstica e a violência contra as mulheres. O objetivo é perceber se o número de casos aumentou na pandemia. Os dados devem ser revelados em maio. Para já, sabe-se que em Lisboa, por exemplo, os pedidos de ajuda e alojamento em casas de autunomização aumentaram.
O impacto da pandemia nas mulheres não fica só pela violência doméstica. Se falarmos de mercado de trabalho, as desigualdades acentuam-se cada vez mais.
Dados de um novo estudo do Instituto Europeu da Igualdade de Género revelam que foram as mulheres que mais tiveram reduções de horários, mais horas não remuneradas e estão também em maioria no que toca ao teletrabalho. Se falarmos sobre a assistência a dependentes, são também as mulheres que abdicam mais do trabalho.
Elas têm, no entanto, mais escolaridade e até mais formação superior. Ainda assim, a taxa de emprego dos homens continua a ser superior. Portugal é, segundo a tabela da União Europeia, o quinto país onde o impacto da pandemia foi maior no mercado do trabalho – e as mulheres foram as mais afetadas.
Fonte: SIC